segunda-feira, 2 de novembro de 2009




Amor é novela, sexo é cinema. Amor é um livro, sexo é esporte. Amor sem sexo é amizade, sexo sem amor, é vontade. (Rita Lee)
Sexo é passar a noite com um cara e no dia seguinte, dizer: “- Bom final de semana.” E deixar subentendido que ele não deve ligar, em hipótese alguma. Sexo é carrinho de super com champagne, morangos e chantily. É combinar um jantar e ir ao encontro com um vestido tri sexy, salto alto e....sem calcinhas. Sexo é suor, lençol molhado, banhos gelados, corpo excitado, inconseqüência, provocação. Sexo é instantâneo.
Amor é caminhar de mãos dadas no parque, fazer super juntos e encher o carrinho com legumes, frutas, carnes magras e eventualmente um bom vinho. É sair com a pessoa todos os finais de semana, deixar que ela faça parte da sua vida e sem se dar conta. Amor é fazer programinha light, tipo cineminha das 21h às 23h. Jantar com a família, planejar a ceia de Natal e onde será o Ano Novo. Amor é reconhecer que “seu marido (ou mulher) é uma pessoa amiga e companheira, que está a seu lado para ajudá-la a resolver todos os problemas que você não tinha, quando era solteira.” Amor é construção.


Gabi, Rê, Marcelo, Leandra, Fabi Ribeiro

Kamikase




"Nunca entrei em um amor perigoso sem saber o que estava fazendo. E saber o que estava fazendo nunca impediu que entrasse num amor perigoso. A boca do lobo ali escancarada, os amigos avisando, tentando me reter, e lá ia eu atirar-me entre mandíbulas. Como uma santa, tinha ouvido o chamado irresistível. Que às vezes provinha mais de mim mesma do que do apelo etéreo do amor, demorei bastante a descobrir.
Sou uma exceção? Absolutamente. Todos os kamikases do amor partem sabendo o que os espera. Vão em missão. A dura missão de demonstrar que a força do seu querer é maior do que qualquer obstáculo. E mais: certificar-se, ao conquistar definitivamente o querer daquela pessoa tão difícil, que são eles próprios objetos de amor mais valiosos do que todos os que os antecederam.
Os kamikases não partem dispostos a aceitar o outro como ele é, a tentar conviver com aqueles problemas que o tornam tão improvável como parceiro. Partem com espírito missionário para recuperar o amado, livrá-lo de seus erros e reconduzí-lo, limpo e salvo, ao santuário do amor.
Aparentemente trata-se apenas de paixão, à luz da qual aquela pessoa nos parece fundamental e insubstituível, única capaz de fazer-nos felizes. Por conta dessa paixão, temos a certeza absoluta de estar vendo nela qualidades inigualáveis que os outros ignoram, e diante das quais os defeitos tornam-se secundários. Temos certeza de que só nos vemos, porque só a percuciência do nosso sentimento penetra no verdadeiro âmago do ser amado, fotografando seu eu oculto. Esse mergulho visual faz com que nos consideremos eleitos.
E tendo sido escolhidos por esse amor, começamos a lutar para concretizá-lo.
Mas é uma luta estranha, que progressivamente nos coloca sob o domínio do outro. Porque ele é mais difícil, cabe a nós ter paciência. Porque ele é mais complicado, cabe a nós ser compreensivos. Porque ele é mais irregular, cabe a nós estar à disposição. A vida se transforma numa longa espera. Esperamos que ele melhore. Esperamos que nos queira. Esperamos que descubra afinal como somos maravilhosos. Esperamos que apareça, que telefone, que dê notícias. Esperamos pelos seus lindos surtos de paixão.
Sim, porque uma das características do amor difícil é sua absoluta irregularidade. Se o amado fosse sempre uma peste, sempre bêbado, sempre agressivo ou sempre rejeitador, cedo nos cansaríamos. Mas ele alterna, joga, vai e vem, mantendo-nos sempre alertas, com o coração na mão. E jogando-nos de lá pra cá, entre o seu querer e o seu negar, vai aos poucos aplastrando nossa vontade, deixando-nos quase à deriva, num ritmo que não é o nosso.
Tentamos ser lógicos. Dizemos a nós mesmos que se ele quis é porque nos amava. e se nos amava e nós temos feito tudo direito, temos nos esforçado tanto para agradar, deveria nos amar cada vez mais. E então, vendo que não nos ama como esperávamos, redobramos os cuidados, querendo por força ignorar que amor e lógica não andam juntos."



PS: Não sei de quem é este texto, mas adorei. Não é meu.