sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Planos...


Domingo à noite é hora de programar a semana, definir as prioridades e organizar a agenda. Como de costume, planejei mais ou menos assim:

Segunda - academia no final da tarde, chegar em casa antes das 21h para ver Greys Anatomy e Private Practice;
Terça - massagem às 08:40, aula de samba no pé às 21h;
Quarta - academia de manhã, fórum e prefeitura de Novo Hamburgo, passar na Sasha, deixar um presente de aniversário pro Caleffi, janta com as gurias à noite;
Quinta - massagem às 08:40, aula de samba no pé às 21h;
Sexta - academia de manhã, free-way e praia final de tarde.

Com esse planejamento, sabia mais ou menos como seria a minha semana... É claro que os planos poderiam mudar, eu poderia desistir da academia, mas por certo que não faltaria às aulas de samba no pé.

Mas faltei!

Segunda-feira, às 7 da manhã, tonta de dor, ligo para minha irmã e digo que não consegui dormir em razão de uma dor muito forte embaixo da costela direita.
Ela diz... vem pra cá... e tu vai pro hospital comigo.
Na verdade, essa dor já não era novidade, já tinha me visitado outras vezes, mas dessa vez passou dos limites! A teoria de que seriam "gases atravessados" já não me satisfazia...
Consulto com o clínico da emergência que me diz que pelos sintomas narrados grande chance de ser ar.... Ar????? Ar????? Diante da minha cara de "não acredito, que vergonha" ele me acalma dizendo que muita vezes as pessoas acham que estão tendo ataques cardíacos, mas que são apenas gases atravessados...
Sorte ter enfermeira na família!!!
Ainda que o médico suspeitasse dos gases, acho que por influência da minha irmã e do médico especialista amigo, o clínico me pediu exames: raio x e ecografia.
Vou para os exames, nunca uma ecografia durou tanto.... resolvi perguntar... "e aí, você é médico radiologista ou está na residência?"... Adivinhou a resposta, né???? "Sou residente, comecei aqui há menos de um mês". Ufa, a demora não era pelo meu suposto estado grave....
Na verdade era.... exame inconclusivo... não localizaram cálculos, mas a tal da vesícula estava muito esquisita... o líquido de dentro que deveria ser aquoso, estava lamoso... as paredes estavam espessas demais... No final, o residente acompanhado do Doutor me tranquiliza... "olha Renata, tudo depende do teu médico".
Volto pra emergência... que agora já está lotada.
Meia hora depois, vejo meu médico (o amigo) que carinhosamente me diz: "Tu vais fazer mais uma exame e te espero na sala de cirurgia".
Assim, simples assim!
Alguém me perguntou... "mas tu não ficou nervosa????" E deu tempo???? Quando vi já estava na mesa, sentindo a maravilhosa sensação da anestesia... pedi pro anestesista uma receita desse remedinho, minha irmã me mandou calar a boca que eu já tava falando demais!
Acordei na sala de recuperação, fui pro quarto, vim pra casa da minha mãe no dia seguinte....
Sem vesícula, com uma pedra dentro dum pote, uns quatro pontinhos na barriga....
Mas o pior... não pude comparecer nas aulas de samba no pé! O médico não me liberou!

Simples assim.... as coisas acontecem... Eu não tenho ressentimento pelo planejamento não se concretizar... mas a vida é tão engraçada... nada é certo....

No fim... fica a certeza de que as coisas acontecem simplesmente porque deveriam acontecer....