segunda-feira, 17 de maio de 2010

Validade: vencida

Minhas fases sempre duraram pouco tempo. 
Gostava do Menudo, fui no show deles, mas meses depois, já estava enjoada.
Já fui dark, tinha um guarda-roupa todo preto, parecia que estava sempre com a mesma roupa. Tinha coturninho Commander, preto. Um belo dia, enchi o saco, botei todas as roupas abaixo e tive que comprar roupas coloridas.
Já passei pela fase de me maquiar. Tinha uma amiga petista, que ia para a escola com a camiseta do Che e se maquiava bastante. Ela era minha “ídala”, e eu comecei a me maquiar também. Durou 6 meses.
Já tive cabelo preto azulado, vermelho beterraba, aloirado, vermelho de novo e por aí vai.
Todas minhas fases sempre duraram pouco tempo, porque tudo tem um prazo de validade.
A gente vai no super e escolhe os produtos (teoricamente) sempre prestando atenção no prazo de validade deles.
Relacionamentos têm prazo de validade. Primeiro, aquela paixão arrebatadora, de se comer por inteiro; depois vem a fase da parceria, e depois, com o tempo, a da amizade.
Empregos têm prazo de validade. Começamos a trabalhar no novo emprego, empolgadíssimos, empenhados, vestindo a camiseta. Aí, começam os problemas na corporação, os engessamentos em função da burocracia, a burrice aguda do chefe que se acha a última coca-cola do mundo e se tu não for uma pessoa acomodada, inevitavelmente, tu acaba voltando pro mercado e procurando outro emprego.
Não adianta querer fazer tudo ao mesmo tempo e prá sempre, se “agora” não é mais o mesmo momento de “ontem”. Tudo se movimenta, tudo muda, e temos que estabelecer prioridades.
É o que estou fazendo agora, tendo que abrir mão de coisas que gosto de fazer, porque simplesmente, não tenho mais tempo de respirar.
Dá uma “dorzinha”, mas também, uma sensação de alívio, de casa organizada, ou organizando-se aos poucos.
E segue o baile, né ?