sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Quero comprar uma casa na praia

Hoje lembrei de um final de semana que passei em Garopaba, há anos atrás, com um ex-namorado, e quando conhecemos um senhor que nos fez pensar a respeito das coisas da vida.
Era um ex-gerente de um banco privado de Porto Alegre, que resolveu largar uma vida classe média alta na capital, para ter uma mini-pousada na praia da Gamboa, e paz de espírito. Ele nos contou que depois de muitas noites mal dormidas, que nunca pagaram o alto salário que ganhava, e uma conversa séria com a esposa; pediu demissão no banco, juntou as reservas que tinha e construiu quatro casas pequenas para aluguel, em um terreno quase na beira do mar.
Hoje lembrei dele, quando ele comentou que não trocava por nada no mundo, a vida tranqüila que levava.
Hoje lembrei dele, quando me perguntei por que raios a gente se estressa tanto e perde noites de sono por causa de coisas materiais.
Quem tem dinheiro, não dorme direito, porque se preocupa em não baixar o padrão de vida. Quem não tem dinheiro, não dorme direito, porque se preocupa em como irá pagar as contas.
Sempre me orgulhei de nunca ter me arrependido de nenhuma atitude tomada, mesmo as mais inconseqüentes; mas em função de uma série de acontecimentos nos últimos meses, tenho contestado fortemente, uma escolha que fiz. Tenho evitado sentir que estou arrependida, mas quando as coisas ruins se sobrepõe às boas, o sentimento de arrependimento chega e acaba sendo inevitável.
A saída é ir à luta e mudar tudo de novo. E nisso, eu sou expert.
Às vezes, me pego invejando as mulheres da época da minha mãe e da minha avó: mulheres que eram educadas para casar, ser sustentadas e protegidas pelos maridos. Aí, o leitor (se houver um) vai dizer: “Ah, mas eram mulheres submissas e dependentes, não tinham liberdade para agir e pensar.” Será que somos tão auto-suficientes, livres e independentes assim ? 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Alguém me explica, por favor ?



Há uns dias atrás, uma amiga foi a um barzinho super badalado aqui de Porto Alegre. O NY ferve às terças e quintas, quando a faixa etária é acima dos trintas anos e bem interessante. Pois ela saiu em uma quinta-feira fria do inverno gaúcho. É muita vontade de sair, mas quando se está desacompanhada, vale tudo.
- Ka, tinha muito homem bonito, mas principalmente, mulheres bonitas. Lindas, bem arrumadas, elegantes, com cara de inteligentes. E tu acredita ? Todas sozinhas. Os caras passavam por elas, falavam aquelas bobagens no ouvido, mas atitude que era bom, não tomavam.

Uma outra amiga estava se relacionando com um cara bem legal, até alguns dias atrás. O lance prometia, o cara era inteligente, com uma profissão mega intelecto, cheio de atributos, sabia dançar, e... conversar. E não foi o primeiro com quem ela se relacionou nos últimos dois anos. Mas, como os outros, puuuuuf!, ele evaporou. E ela ali, se empenhando, fazendo terapia, tentando ser uma mocinha legal, querida, tolerante e cor-de-rosa. Até coisas que ela detestava, ela resolveu comer, só para tentar ser uma pessoa melhor.

Sinceramente, não entendo... Eu tinha uma teoria de que homem tem medo de mulher inteligente, independente e bonita. Mas sei lá, será que é isso mesmo ? Será que homem não tem medo dele próprio? Quer coisa melhor do que uma mulher independente e bem resolvida ? Não pega no pé, não liga a cada 5 minutos, respeita os momentos com amigos, com filhos, tem seu dinheiro, pode até fazer um mimo e pagar a conta do restaurante, mora sozinha, toma iniciativa para programas legais, estabelece prazos de validade para a convivência com a família, viaja, é objetiva, etc e tal...

Aliás, não será esse o nosso problema ? Ser objetiva e prática demais? Talvez ...
Ano passado viajei para Curitiba, onde fui visitar uns amigos e no aeroporto enquanto esperava ser chamada para embarcar, atrás de mim, dois amigos conversavam. Um reclamava para o outro que não agüentava mais a namorada, que ela ligava a cada meia hora, que pegava no pé e um horror de coisas a mais. O amigo, complacente e bom ouvinte, perguntou para ele, por que ele continuava com a guria, se não agüentava mais as atitudes sufocantes dela. Eu mesma, por pouco não virei para trás e sugeri a ele que terminasse o namoro.
Homens se sentem mais confortáveis em relações com mulheres inseguras, neuróticas e dependentes. Ah, não ? Estou errada ? Ok, eu sou flexível... Prove!

Nós, mulheres já tentamos várias explicações, mudamos as atitudes, a roupa, baixamos a voz, toleramos filhos de ex, suavizamos os movimentos, usamos cores mais claras, maquiagem mais leve, perfumes menos marcantes, saltos mais baixos, já bebemos cerveja ao invés de champagne para não inibir os muchachos nos barzinhos, mas de nada adiantou: eles não tomam a iniciativa. E continuam reclamando que não tem mulher legal para namorar no mercado...