domingo, 23 de agosto de 2009

João Pedro e Camila



João Pedro estava cansado. Cansado das noitadas de pegação nos botecos da moda, cansado de levar a Ângela ao cinema aos sábados à noite e no dia seguinte, convidar a Ana para ir ao churrasco na casa dos amigos de longa data.

Ângela era alta, morena, chamava a atenção, fazia o estilo Juliana Paes. Ana era loira, estatura média, tipo mulher fatal.
Estava com 34 anos. Bem sucedido profissionalmente, carro do ano, apartamento decorado com estilo por um dos melhores arquitetos da cidade, mas ainda faltava alguma coisa na vida dele. Faltava aquele sorriso que encanta, aquele olhar que faz a gente ficar com a respiração acelerada, aquela companhia gostosa para pedir pizza e comer em cima da cama, olhando um bom filme.
Naquele dia, depois de uma reunião pesada e cheia de cobranças com o presidente da empresa, ele pensou que estava na hora de cuidar de sua vida pessoal: precisava de uma namorada.
Mas antes de cuidar disso, precisava passar no supermercado... não acharia uma namorada com a geladeira vazia. Aliás, vazia não, ele ainda tinha 3 latinhas de cerveja e alguns sacos de batatinha frita que sobraram da noite anterior de farra com os amigos, em seu apartamento.
Salvou os últimos relatórios, desligou o computador, pegou o paletó, fechou a sala e chamou o elevador: “Definitivamente, eu preciso de uma namorada.”
No supermercado, depois de escolher várias opções de comidas congeladas, decidiu pelo menos escolher um bom vinho.
Em meio à dúvida de qual marca levar, notou ao lado dele uma mulher morena, vestindo malha de academia, tênis, moletom amarrado na cintura, que tinha os cabelos soltos. Era uma mulher normal. E linda.
Então, resolveu tomar a iniciativa: “Posso te dar uma sugestão ?” Ela abriu um sorriso espontâneo...aquele sorriso que encanta, e aceitou a sugestão de vinho que ele deu.
Na saída do supermercado, depois de pagar suas compras, ele aguardou a dona do sorriso que encantou ele terminar suas compras. “Desculpe, posso perguntar teu nome ?” , tentando outro contato. “Sim, é Camila.”, ela respondeu. “Prazer, Camila. Sou João Pedro. Posso te dar um cartão meu ?” E assim, ele saiu do supermercado com um cartão de Camila, que era psicóloga.
No dia seguinte, um sábado ensolarado do mês de julho, João Pedro ligou para Camila e perguntou se ela estaria disponível para tomarem um café. “Estou sim, mas estou em Gramado, participando de um seminário.”, ela explicou. “Até que horas vão teus compromissos no seminário ?”, ele pergunta. “Até às 18:00h. Estou livre a partir deste horário.”
E João Pedro subiu a serra no final da tarde de sábado para jantar com Camila.
Estão casados.
Escrito por: Karime


Amigo é coisa pra se guardar...



Bueno gurias, fiquei sabendo esse final de semana que vocês resolveram fazer um blog. Bacana, eu pensei, e depois pensei que escrever vicia, e que isso vai ser assunto de vocês nas rodas de vinho, cafés, jantas e sei lá mais o quê, e que tudo - ou praticamente tudo - pode servir de inspiração, e lembrei que vocês vão aprender, e se conhecer muito mais umas às outras, e principalmente a si mesmas, enfim, aquelas coisas todas que alguém que gosta de escrever pensa, invariavelmente.
Pois bem.
Outro dia, fui almoçar com o meu pai, homem sábio do interior (e amadurecido às duras penas da realidade de uma cidade grande), e ele me contou que descobriu o telefone de um amigo dele, de infância, que não falava há anos, muitos anos - em função dessas vicissitudes todas da vida - e que bateu um loooongo papo com ele, num clima regozijante a amável. Detalhe: meu pai tem 79 anos e o amigo dele (que eu conheço, adoro e admiro muito) tem 86.
Na mesma semana, vieram duas pessoas aqui, olhar o meu apê (que está à venda). Eram dois amigos, e, num dado momento, ficamos ali, os três, na volta da churrasqueira, conversando sobre amizades, churrascos, festas de turmas, e eles acabaram me contando histórias das turmas deles, o quanto fizeram, etc e tal. Detalhe: são uns 10 anos (ou mais) velhos que eu.
No mesmo dia, consegui reunir uns amigos do peito pra um almoço - "uns" porque era impossível reunir todo mundo, a turma é grande e tem gente morando no Canadá, outros em Fortaleza, e por aí vai... mas reunir parte do pessoal já vale. Sempre vale.
Tivemos momentos agradáveis, de lembranças e piadas "internas" que só uma turma de longa data sabe como é...
Regozijante. Revitalizante.
E então penso mais um pouco - coisa que raramente acontece, aliás - e percebo que, no final, é isso que fica: a conexão que fazemos e, principalmente, levamos ao longo da vida, regando, cuidando e cultivando cada vez mais.
Esse é um dos grandes baratos da vida.
Parabéns pra vocês e sucesso!!
Abraços e té más
Julio